segunda-feira, 30 de março de 2009

Bacalhau

Para os católicos, sexta-feira santa é dia de penitência, onde o consumo de carnes vermelhas está proibida, assim, faz-se o sacrifício de comer bacalhau. O costume português que por aqui aportou ganhou muitos adeptos e tornou o Brasil o maior consumidor mundial desta iguaria. Nesta época do ano o consumo se acentua e todos os mercados e lojas do gênero vendem este peixe salgado. Mas nem tudo é bacalhau.

O verdadeiro bacalhau é feito de um peixe proveniente do mar da Noruega, o Cod morthua, e é conhecido por aqui como o bacalhau do porto imperial, tem postas largas e desfaz-se em lascas quando hidratado. Porém bacalhau é feito de outros 4 peixes, que podem ser classificados em ordem de qualidade: Cod macrocephelus, Saithe, Ling e Zarbo. O Cod macrocephelus, ou bacalhau do pacífico, pela semelhança, é vendido como bacalhau do porto. Não é fácil diferenciar um do outro: uma das formas é observando bem o rabo e as barbatanas, se tiverem uma espécie de bordado branco nas extremidades, é Macrocephalus. Outra forma é pela coloração: o Macrocephalus é um peixe bem mais claro, quase branco, que o Legítimo Porto. Segue abaixo imagens dos tipos de peixes e bacalhau.


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Imagens: O Mundo do Bacalhau (http://www.bacalhau.com.br/) e Mathias Bjørge AS (http://www.mathias-bjorge.no/index2.htm)

Todas as informações aqui contidas tem por objetivo auxiliar na compra do bacalhau, pois é um produto caro e, talvez ajude a não comprar gato por lebre.

Na sequencia colocarei mais informações sobre bacalhau: quanto comprar, como desalgar, receitas e, claro, vinhos para acompanhar.

domingo, 29 de março de 2009

Opa Bier

A fundação de Joinville está ligada a uma intensa colonização européia, principalmente alemã e, desta forma, uma certa predileção na fabricação de cerveja e chopp. Com a pasteurização da cerveja e a formação de grandes conglomerados no ramo de bebidas, a cidade perdeu uma parte da tradição com o fermentado de cevada. Mas a recente onda de microcervejarias e a produção de cervejas de qualidade tem mudado esta história.
A Opa Bier foi fundada em 2006 com a intenção de resgatar a fama da cidade em produzir o melhor chope do Brasil. Elaborando um chopp de alta qualidade segundo a Lei Alemã de Pureza, vem ganhando fama e, principalmente, distribuidores, permitindo que o seu produto chegue a mais pontos do nosso país.
Pelo fato de engarrafar o chopp e não cerveja, seus produtos precisam ser mantidos refrigerados o tempo todo e devem ser consumidos em um período de 30 dias, impedindo um pouco o acesso a bebida. Mas quem tiver a oportunidade, não deve perder. O chopp na garrafa, apesar de não passar pela tradicional serpentina, ainda permite que se obtenha um espuma densa e cremosa, e o melhor de tudo o sabor e a "fresqueza" de um produto de qualidade. Um chopp delicioso para os glutões de plantão.
A cada uma destas empresas e histórias de empresas resgatando a tradição da qualidade na cerveja, mais meu coração aperta de saudades da nossa falecida Original.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Cave Geise é premiado como o melhor espumante da América do Sul

O concurso de vinho francês VINALIES INTERNATIONALES 2009 premiou um único espumante na América do Sul com a medalha de ouro: o Cave Geisse Brut, produzido pela Vinícola Cave de Amadeu -Geisse.

No quesito de candidatos, o concurso prova o quanto o mundo do vinho é distinto e amplo, pois contou com 3048 amostras de 41 países participantes. O louro máximo, que é dada para vinhos acima de 86 pontos, foi concedida apenas para nove vinhos na América do Sul, oito ficaram para o Chile e um para o Brasil. Outro dado que merece destaque é que, de todos os países participantes, apenas o Brasil (1), Espanha (1 ), França (37), Itália (1 ) e Canadá (1) obtiveram medalha de ouro com seus espumantes.

Este tipo de reconhecimento e premiação mostra que os vinhos do Brasil tem melhorado muito e que temos uma grande vocação para os espumantes.

terça-feira, 17 de março de 2009

Vinho do Final de Semana: Dal Pizol Touriga Nacional

Quem acompanha meu blog tem observado que eu tenho um certa tendência por vinhos nacionais, foram várias citações de vinhos e produtores do Brasil. Não é ufanismo, mas é porque os vinhos nacionais melhoram muito e na faixa de até R$ 30,00 são imbatíveis, em geral, melhores que qualquer argentino ou chileno.
Já comentei em outro post sobre a produção de vinhos a partir de castas de origem portuguesas pela Miolo, e com ótimos resultados! Hoje vou falar sobre a Dal Pizol que também produz um com a Touriga Nacional, uva símbolo da região do rio Douro, empregada em vinhos do porto e vinhos tintos do Douro. Segundo palavras do produtor "Dal Pizzol Vinhos Finos decidiu, humildemente, associar-se às homenagens e comemorações dos 200 Anos da chegada ao Brasil do Imperador D. João VI e sua corte".
O Dal Pizol Touriga Nacional se mostrou um tinto muto bom, de corpo médio e taninos tranquilos e, muito, mas muito aromático, aliás aromático até demais, principalmente aromas florais de lírios, que de tão intensos, chegaram a incomodar e atrapalhar o vinho. Quero experimentar novamente antes de emitir uma opinião final.

Vinho: Dal Pizol
Casta(s): Touriga Nacional
Safra: 2007
Produtor: Dal Pizol
Região: Rio Grande do Sul
País: Brasil
Valor: R$ 25,00

terça-feira, 10 de março de 2009

O vinho, de certa forma, é tido como um assunto esnobe e quem entende - ou diz entender - é interpretado como um chato. Talvez esta impressão tenha fundamentação, pois muitos coisas contribuem para isto: a quantidade de rótulos (cerveja é tão simples, tem 6 ou 7 marcas!); o nome das uvas são todos estrangeiros, algumas vezes impronunciáveis; os preços! Ainda tem a frescura na hora de servir: a temperatura certa, as taças diferentes para cada vinho, o ritual de cheirar, rodar a taça então beber.
Não dá para negar que existam alguns procedimentos (ou frescuras) para com arte de servir o vinho, mas são todos fundamentados e tem por objetivo tirar o máximo da garrafa. Uma destas tidas frescuras é a temperatura de servir e saibam que é deveras importante! A temperatura do que se come ou bebe influencia muito no resultado final, por exemplo: feijão frio, café frio, refrigerante quente, cerveja quente...
O nosso paladar consegue distinguir quatro sabores: o doce, o salgado, o amargo, o ácido (e o picante). O vinho pode (e deve ter) alguns ou todos estes componentes. O doce vem do açúcar residual que não se transformou em álcool; o salgado vem dos sais minerais; o ácido vem dos ácidos orgânicos e inorgânicos; e o amargo vem do tanino (não sabe o que é tanino? clique aqui). E cada um destes sabores podem ser escondidos ou evidenciados de acordo com a temperatura do vinho. Um vinho muito frio ou gelado vai amortecer a língua e disfarçar o álcool e os sabores, porém evidenciar a acidez. Um vinho muito quente vai ressaltar o álcool e os taninos. E para cada vinho é desejável que ressalte uma ou outra característica.
Para os vinhos brancos, normalmente servidos para os dias mais quentes, deseja-se ressaltar o seu frescor, ou seja, a sua acidez, assim deve ser servido em temperatura mais baixa. Tem também a questão dos aromas, pois suas moléculas aromáticas são leves e com a temperatura alta elas tendem a volatizar mais rapidamente. O mesmo se aplica para os rosés.
Os vinhos tintos tem por objetivo aquecer a noite e a refeição, assim devem ser tomados em temperatura mais alta que os brancos, para ressaltar os seus sabores, aromas, taninos e álcool (sem exagerar). Os tintos tem moléculas aromáticas maiores e mais pesadas, assim precisam que o vinho esteja em uma temperatura mais alta para volatizarem.
Vale destacar que estes são os motivos analisados de forma geral, porém cada tipo de vinho ou uva exige um melhor refinamento para que suas características organolépticas vejam destacadas e claro, façam valer os Reais gastos na sua aquisição.

Abaixo uma tabela das temperaturas ideias para servir o vinho:

- champagnes e espumantes: 6-8°;
- vinho doce frizzante: 10-11°;
- vinho branco seco perfumado e aromático: 8-10°;
- vinho branco seco de boa estrutura: 10-11°
- vinho rosado jovem: 12°;
- vinho tinto ligeiro, jovem: 14-15°;
- vinho tinto seco de bom corpo: 16-18°;
- vinho tinto seco de bom corpo e tânico: 18-20°;
- vinho branco doce (sobremesa) : 8-9°;
- vinho do porto (Tawny ou Ruby): 14-15°;

O ideal é comprar um termómetro para o vinho (http://www.tuttovino.com.br/lista_secao.asp?id=5), mas caso não tenha um, aqui vão algumas dicas:
  • Quando for consumir Espumante, ou Champagne, deixe a garrafa na parte de cima da Geladeira pelo menos duas ou três horas antes de beber.
  • Quando for consumir Vinho Branco deixe a garrafa na parte de cima da Geladeira no mínimo uma hora antes de beber.
  • Quando for consumir Vinho Tinto deixe a garrafa na parte de cima da Geladeira por cerca de vinte minutos antes de beber.
  • Quando for consumir Vinho do Porto, por ser um vinho mais licoroso, ele deve ser somente levemente resfriado. Deixar 15 a 20 minutos na parte de cima da geladeira antes de servir.
Logicamente, que depende da época do ano, para o nosso inverno que é um pouco rigoroso (costumava ser) pode não ser necessário estes procedimento ou todo o tempo, por exemplo, para os tintos em um noite de inverno não precisa ir para a geladeira. Para os brancos e espumantes, em dias quentes, ao sair da geladeira ou adega pode ser necessário ir para um balde de gelo.

De qualquer forma são regras gerais e simplificadas, mas suficientes para incrementar o momento do brinde para a maioria dos vinhos. Cheers!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Cerveja Schmitt Barley Wine

A cervejaria Schmitt, localizada em Porto Alegre, vem a mais de 20 anos produzindo cervejas artesanais de qualidade. Tudo começou com o esforço de Gustavo Dal Ri, sócio da cervejaria que, começou a produzir cervejas a partir de uma receita exclusiva de uma vizinha descendente de alemães. Tomou tanto gosto pela coisa que se formou Eng. Químico e depois mestre-cervejeiro nos Estados Unidos.
No ano passado eu havia comprado uma cerveja produzida pela Schmitt do tipo Barley Wine. É chamada de Barley Wine (vinho de cevada), pois pela adição de muito mais malte que o normal, chega a ter percentual de álcool de 8 a 12%, ou seja, forte como o vinho. Como tem um grande percentual alcoólico, pode ser guardada por longo tempo, até cinco anos mais ou menos e, como vinho, melhora com o passar das primaveras. A minha já estava guardada havia mais de um ano, até que minha esposa me convenceu a tomar ("vai que estraga...?").
Tudo nela é diferente das nossas cervejas, a começar pela quantidade de 8,5% de álcool. A fermentação ocorre dentro da própria garrafa, que por sinal é de espumante, com a forma esguia e vidro muito grosso, para aguentar a pressão. No copo, tem uma cor meio turva e faz uma linda e duradoura espuma. No nariz o cheiro de fermentado e frutas. Na boca chega a lembrar um pouco de cereja (!!??), levemente amarga e aveludada, apesar da quantidade de álcool. Perfeita.
Na minha opinião, a melhor cerveja nacional que eu já tomei até hoje.

terça-feira, 3 de março de 2009

Vinho da Semana: Piper Heidsieck Brut

Já abordei sobre a questão dos espumantes e champagne em outro tópico, e explicando as principais diferenças, acesse aqui e descubra mais sobre o maravilhoso mundo das borbulhas. Hoje volto com ao assunto, citando o maravilhoso vinho que tomei no final de semana.

O vinho em questão é um champagne desconhecido da maioria, porém vem de uma casa existente desde 1795, ou seja, mais de 300 anos de experiência, a Piper-Heidseick. Piper Heidseick Brut, um champagne não safrado de incrível para sua faixa de preço. Aromas de panificação característicos da segunda fermentação, com aromas de pêssego e nozes, na boca mostrou-se bastante seco e com uma acidez muito equilibrada, acompanhou com incrível presteza um rodízio de sushi.

Vinho: Piper-Heidseick
Casta(s): Assemblage
Produtor: Piper-Heidseick
Região: Champagne
País: França
Valor: R$ 150,00
Nota: 92/100