terça-feira, 10 de março de 2009

O vinho, de certa forma, é tido como um assunto esnobe e quem entende - ou diz entender - é interpretado como um chato. Talvez esta impressão tenha fundamentação, pois muitos coisas contribuem para isto: a quantidade de rótulos (cerveja é tão simples, tem 6 ou 7 marcas!); o nome das uvas são todos estrangeiros, algumas vezes impronunciáveis; os preços! Ainda tem a frescura na hora de servir: a temperatura certa, as taças diferentes para cada vinho, o ritual de cheirar, rodar a taça então beber.
Não dá para negar que existam alguns procedimentos (ou frescuras) para com arte de servir o vinho, mas são todos fundamentados e tem por objetivo tirar o máximo da garrafa. Uma destas tidas frescuras é a temperatura de servir e saibam que é deveras importante! A temperatura do que se come ou bebe influencia muito no resultado final, por exemplo: feijão frio, café frio, refrigerante quente, cerveja quente...
O nosso paladar consegue distinguir quatro sabores: o doce, o salgado, o amargo, o ácido (e o picante). O vinho pode (e deve ter) alguns ou todos estes componentes. O doce vem do açúcar residual que não se transformou em álcool; o salgado vem dos sais minerais; o ácido vem dos ácidos orgânicos e inorgânicos; e o amargo vem do tanino (não sabe o que é tanino? clique aqui). E cada um destes sabores podem ser escondidos ou evidenciados de acordo com a temperatura do vinho. Um vinho muito frio ou gelado vai amortecer a língua e disfarçar o álcool e os sabores, porém evidenciar a acidez. Um vinho muito quente vai ressaltar o álcool e os taninos. E para cada vinho é desejável que ressalte uma ou outra característica.
Para os vinhos brancos, normalmente servidos para os dias mais quentes, deseja-se ressaltar o seu frescor, ou seja, a sua acidez, assim deve ser servido em temperatura mais baixa. Tem também a questão dos aromas, pois suas moléculas aromáticas são leves e com a temperatura alta elas tendem a volatizar mais rapidamente. O mesmo se aplica para os rosés.
Os vinhos tintos tem por objetivo aquecer a noite e a refeição, assim devem ser tomados em temperatura mais alta que os brancos, para ressaltar os seus sabores, aromas, taninos e álcool (sem exagerar). Os tintos tem moléculas aromáticas maiores e mais pesadas, assim precisam que o vinho esteja em uma temperatura mais alta para volatizarem.
Vale destacar que estes são os motivos analisados de forma geral, porém cada tipo de vinho ou uva exige um melhor refinamento para que suas características organolépticas vejam destacadas e claro, façam valer os Reais gastos na sua aquisição.

Abaixo uma tabela das temperaturas ideias para servir o vinho:

- champagnes e espumantes: 6-8°;
- vinho doce frizzante: 10-11°;
- vinho branco seco perfumado e aromático: 8-10°;
- vinho branco seco de boa estrutura: 10-11°
- vinho rosado jovem: 12°;
- vinho tinto ligeiro, jovem: 14-15°;
- vinho tinto seco de bom corpo: 16-18°;
- vinho tinto seco de bom corpo e tânico: 18-20°;
- vinho branco doce (sobremesa) : 8-9°;
- vinho do porto (Tawny ou Ruby): 14-15°;

O ideal é comprar um termómetro para o vinho (http://www.tuttovino.com.br/lista_secao.asp?id=5), mas caso não tenha um, aqui vão algumas dicas:
  • Quando for consumir Espumante, ou Champagne, deixe a garrafa na parte de cima da Geladeira pelo menos duas ou três horas antes de beber.
  • Quando for consumir Vinho Branco deixe a garrafa na parte de cima da Geladeira no mínimo uma hora antes de beber.
  • Quando for consumir Vinho Tinto deixe a garrafa na parte de cima da Geladeira por cerca de vinte minutos antes de beber.
  • Quando for consumir Vinho do Porto, por ser um vinho mais licoroso, ele deve ser somente levemente resfriado. Deixar 15 a 20 minutos na parte de cima da geladeira antes de servir.
Logicamente, que depende da época do ano, para o nosso inverno que é um pouco rigoroso (costumava ser) pode não ser necessário estes procedimento ou todo o tempo, por exemplo, para os tintos em um noite de inverno não precisa ir para a geladeira. Para os brancos e espumantes, em dias quentes, ao sair da geladeira ou adega pode ser necessário ir para um balde de gelo.

De qualquer forma são regras gerais e simplificadas, mas suficientes para incrementar o momento do brinde para a maioria dos vinhos. Cheers!

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