Recentemente impresionei-me com o preço com que estão vendendo o salmão em todos os supermercados, principalmente com o advento da quaresma, quando o consumo de peixes aumenta. Causou-me estranheza uma vez que o preço do salmão sempre esteve acima dos R$20,00 e com a alta do dolar não haveria maneira de de seu preço cair para menos de R$10,00. Preferi acreditar era devido ao tamanho, uma vez que estavam bem menores que os que eu custumava ver. Perguntando ao Juliano Komay, co-proprietário do restaurante japonês Sukiyaki, ele comentou que na verdade não é salmão e, sim, truta salmonada.
Pesquisano descobri que a truta pertence à família dos salmonídeos, a mesma do salmão, que também nasce na água doce, mas depois vai para o mar, retornando a água doce para desovar e, então, tragicamente morrer, cumprindo seu estranho ciclo de vida. O salmão originalmente têm a cor da carne branca, porém devido a sua alimentação, um pigmento chamado astaxantina acumula-se, dando a ele uma tonalidade de rosa até vermelho, a qual ele não consegue eliminar, ficando permanentemente com esta cor. Na natureza as cores vem de algas e camarões, porém em cativeiro, que é a maioria do salmão consumido no mundo, um pigmento é adicionado a ração, para forçar a sua cor característica. Como a truta é um primo do salmão faz-se o mesmo processo, adicionando um pigmento a ração nos últimos 60 dias de engorda, criando assim a chamada truta salmonada.
Apesar das semelhanças físicas e até no sabor, precisa-se deixar claro que um é salmão e o outro é truta. A cor é semelhante, mas a truta não tem a destacada gordura branca entre a carne, não permitindo fazer aqueles lindos sushis e sashimis. Apesar de ser uma alternativa ecônomica para o salmão, não é salmão. Não é melhor nem pior que o salmão, simplesmente é truta. E não é salmão.
Propaganda enganosa.
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